Debate no segundo dia é voltado para as ações jurídicas de combate Í violência

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Debate no segundo dia é voltado para as ações jurídicas de combate Í violência

No segundo dia do Ciclo de Debates promovido pela Câmara Municipal de Itaúna, foram abordados os aspectos jurídicos da violência no município. Na primeira palestra da noite, ministrada pelo gerente do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), Jaílson Guimarães Silva, foi traçado o perfil dos adolescentes em conflito com a lei em Itaúna. De acordo com um levantamento do órgão, 94% desse público são do sexo masculino e a maioria dos atos infracionais cometidos estão relacionados ao envolvimento com drogas e furtos. Outro dado levantado diz respeito ao nível de escolaridade desses jovens e, segundo a pesquisa, apenas 3% deles têm o Ensino Médio concluído.

O promotor público Rodrigo Bragança de Queiroz, que atua há mais de 20 anos na área criminal do município, falou sobre o aumento da violência em grandes escalas, ao ponto em que não está sendo possível acompanhá-la com mecanismos para a prevenção. “Não há, em termos estatais e nacionais, nenhuma preocupação no desenvolvimento de políticas públicas para combater as causas da criminalidade. Desta forma, continuaremos presenciando o aumento das populações carcerárias, como é o caso de Itaúna, em que a quantidade de presos quadriplicou nas últimas duas décadas”, afirma o promotor.

Fechando a noite, o juiz de Direito, Paulo Antônio de Carvalho, explicitou os dados referentes Í população carcerária brasileira e a falta de vagas enfrentada pelo sistema prisional. “No Brasil, temos 650 mil presos; em Minas Gerais, são 65 mil presos para 32 mil vagas. E ainda temos um sistema completamente ineficiente na recuperação dos indivíduos”. Para ele, uma das soluções seria o investimento em educação, com a implantação da escola em tempo integral para todas as crianças e adolescentes. “Quando a pessoa tem educação, é afastada da criminalidade. A violência se combate com a mudança de valores. Precisamos abrir mão do nosso egoísmo, do nosso isolamento e implantarmos a filosofia da gentileza e do amor”, finaliza Paulo Antônio de Carvalho.